Nos últimos anos, os atletas vêm sendo patrocinados por grandes empresas, de diversas modalidades, visando interesses empresariais na divulgação, o que gerou uma profissionalização “equivocada” dos atletas e treinadores envolvidos. O fato é que, cada vez mais, os atletas de diversas modalidades têm se valido de meios ilícitos para conseguir vantagens nas diversas competições, e acaba levando ao doping, ou seja, qualquer substância que, ministrada ao organismo, aumente artificialmente o seu rendimento ou desempenho em competições. Essa é a definição simples, resumida e moderna do doping esportivo.
Porém para o professor de educação física, Geraldo Magela. “O doping é uma tentativa de melhorar sua performance, além do que a capacidade humana consegue naturalmente”
Geraldo Magela, professor de Educação Física
Usado nas academias e atualmente são os mais acessíveis entre todas as faixas etárias e classes sociais, muitos atletas fazem o uso de anabolizantes, e não são feitos no dia das competições, normalmente são substâncias derivadas de testosterona. "Nas academias existe o doping que é considerado verdadeiro que é feito entre os atletas, mas há também o uso de anabolizantes que não são considerados dopagem, porque é usado mais esteticamente e não para competição". explica Geraldo.
O serralheiro Arthur Franzão, de 24 anos considera que os professores de Educação Física não diz a verdade na maioria das vezes. “Eles mentem muito, aumentam muito, tipo você vai morrer, vai ficar impotente”. Segundo Arthur se fosse explicado o que é na realidade iria ser melhor, pois acrescenta que “hoje 90% de quem está na academia usa, não tem como”.
O relato de Arthur Fanzão levanta o questionamento, que ao invés do profissional educar socialmente no aspecto esportivo, muitos não fazem isso. Franzão disse que diferente dele que teve apoio e acompanhamento, muitos que estão envolvendo-se com essas drogas não tem conhecimento, ele ainda é categórico e irônico afirmando que “eu tenho mais conhecimento que um professor acadêmico, pode pegar um professor aqui da UNIFRAN, eu te falo coisas que ele não vai saber te falar, hoje a fisiologia é muito fraca. Porque você vai pesquisando estudando e vai fazendo experiência no seu corpo, eu usei droga para cavalo durante três anos, e depois passei usar droga mais forte, eu posso morrer a qualquer hora, mas hoje estou limpo”.
Arthur Fanzão, serralheiro e atleta de fisiculturismo
No que diz respeito aos testes, muitos especialista afirmam que mesmo com vários meses de antecedência, ao tomar o medicamento que gera a transformação no corpo, no dia da competição você consegue encontrar essa substância dopante. O professor Geraldo explicou como é feito o teste “O teste de doping dá para se fazer por sangue, por urina e estão tentando por saliva, mas hoje em dia em competições de alto nível é pela urina, e ocorre da seguinte maneira: terminada a prova, o atleta tem um fiscal que entrega um frasco lacrado e o próprio atleta que deslacra, e urina no frasco o fiscal fica observando o atleta urinar, esse fiscal não pode deixar ele sozinho de forma alguma tem que ficar vigiando, é uma situação por mais que o atleta saiba que esteja limpo é constrangedor. E quanto à competição coletiva o atleta é escolhido de forma aleatória para se fazer um teste”.
Mas Arthur Franzão que é praticante de fisiculturismo, trouxe outra versão sobre como é feito o teste, principalmente no esporte que pratica “No fisiculturismo tem exame, mais nós levamos a urina de outra pessoa, até mesmo urina de cachorro, eles retiram antes da competição, ou caso for depois, ele não vai segurar meu pênis e urinar para mim, você entra na salinha e ele fica te esperando lá de fora, você vai tirar um vidrinho e pronto, é simples”. Neste relato totalmente diferente ele faz afirmações que depois caiu em contradição “no campeonato equatoriano eu e mais dois competidores fomos barrados e desclassificados, achávamos que era exame de urina e não foi, foi na esteira ligada no peito e pelo batimento cardíaco aí fui pego”.
A nossa equipe de reportagem curiosa com a facilidade de como Arthur fala sobre o seu uso, fomos saber como era sua vida, ele nos informou que faz há dois anos que não usa nada, porque está hoje no processo de desintoxicação, e atualmente não está participando do fisiculturismo. Quando está fazendo uso ele afirma que faz uso seis meses e outros seis fica sem usar, ou então é de usar dois anos e dois sem usar, para ele o corpo precisa de um tempo. “nós temos uma época de uso e uma época de desintoxicação”.
Não contentamos com a resposta e continuamos com a pergunta como é sua vida? Ele afirmou: “a diferença é que eu não bebo e tenho horário para dormi. O corpo funciona como uma máquina trabalha o dia todo se adéqua só que tem que fazer uma boa noite de sono, e alimentar seis vezes ao dia, e beber de jeito algum porque o corpo está cheio de veneno, claro que vai variar de corpo para corpo, mas eu não vou arriscar”.
A comissão médica do comitê olímpico internacional instituiu durante os jogos olímpicos do México (1968) a aplicação de testes anti-dopagem sistemáticos, decidindo que seriam excluídos dos jogos os atletas comprovadamente dopados.
E toda a droga como já se tem conhecimento, leva ao usuário a dependência e a várias mudanças seja ela física ou psicológica. Geraldo afirmou sobre os anabolizantes que podem levar a dependência, e causam uma dependência física, química e psicológica. “E a dependência é complicada até quando é feito o julgamento e que se vê que o atleta é dependente a sua pena é abrandada, pois deixa de ser uma dopagem para melhorar o seu nível e passa a ser uma dependência química, e passa a ser uma doença”. Explicou
Situação que Arthur concorda com o professor, e ressalva que no caso do uso continuo dos anabolizantes eles trazem uma mudança comportamental. “Trás certa mudança de personalidade porque, a sua testosterona é responsável por tudo no corpo, a partir do momento que você não tem testosterona você não tem vida, ela foi criada para tratar de doenças.” E não para por aí “o problema é o excesso e reflete no sistema nervoso, e você muda, fica mais nervoso, uma voz mais rouca, só torna um cara insuportável e outra você olha sua namorada sua esposa, vai lá faz o seu serviço e volta para trás, você perde noção do tempo. É muito estranho”. Ele continua:“Já passei por esse tipo de situação e tornei-me o cara mais chato, só que com isso me tornei o melhor atleta um fisiculturista de renome, fui tetra campeão paulista, tri brasileiro e competi sul-americano”, declarou.
Cabe ressaltar que essas substâncias são consideradas dopantes, de forma qualitativa e não quantitativa, ou seja, não se considera a quantidade, mas sim o que aparece, mesmo porque os métodos laboratoriais de detecção não chegam a um resultado 100% conclusivo para se determinar a razão do uso do medicamento-tratamento ou dopagem.
Também chamado de “dopagem” é a administração ilícita de uma droga estimulante ou estupefaciente com vistas a suprimir temporariamente a fadiga, aumentar ou diminuir a velocidade, melhorar ou piorar a atuação de um animal ou esportista. A comissão médica do comitê olímpico internacional instituiu durante os jogos olímpicos do México (1968) a aplicação de testes anti-dopagem sistemáticos, decidindo que seriam excluídos dos jogos os atletas comprovadamente dopados.
Por: Silas Bonetti e Thiago Garcia